sábado, 28 de junho de 2008

Rende um filme (rs)?

Na noite de 26 de junho, depois da confraternização relacionada à última aula de Teorias Críticas do semestre, ministrada pela Prof.ª Simone, alguns já sabem que eu, Ivonete e Jefferson passamos pela situação de um assalto. O interessante é que, já mais calmos, podemos enxergar uma história maior, e até engraçada, que não se reduz apenas ao assalto. É aquela velha coisa: “Depois que passa, a gente ri”... Bom, pro conteúdo deste post não ficar tão desatualizado, e já está ficando, contarei aqui a história através do que eu senti. Se for o caso, Ivonete e Jefferson (os outros ‘personagens’, rs) juntam comigo depois e fazem uma ‘edição’. Gente, mas reparem tb como a ‘tecnologia’ perpassa a história...

Durante a confraternização, feita logo depois de nossa última aula, nós estávamos comentando sobre assaltos que vêm acontecendo no Ingá. Alguns ainda disseram que preferem não andar mais com documentos, essas coisas. Pois, então, depois que a maioria foi embora, ficaram lá eu, Ivonete, Olívia e Jefferson. Comemos uma porção e resolvemos embora pelas 22h 45. Paramos em frente à casa de Olívia, naquela rua do restaurante, ao lado da entrada do prédio onde temos aula, conversamos por alguns instantes, ela entrou em casa e nós três seguimos. Um cara saiu de um carro parado na esquina e disse: “Assalto, entrega tudo!” (não lembro direito). Mas mirou a arma pra mim. Fiquei paralisada, em choque. Não lembro de detalhes dessa hora. Não lembro pra onde exatamente Jefferson e Ivonete foram. Só sei q eles já ñ estavam tão perto de mim. Tinham mais duas pessoas no carro com esse bandido (de acordo com Jefferson). Daí o cara com a arma disse pra mim: "Não corre!". Aquilo parece que foi um "estalo" em que acordei e fiz exatamente o contrário do comando dele: corri com minha bolsa em direção a casa de Olívia (nessas horas a gente ñ pensa muito). Ivonete e Jefferson deviam estar entregando as coisas nesse momento... Teve um instante em que, correndo, olhei pra trás e o cara estava no meio da rua com a arma mirada na minha direção e aí eu pensei: “agora já era (já morri) só que não vou olhar”. E continuei até que entrei no prédio de Olívia, depois que fiquei gritando pro porteiro abrir e ele acionou o ‘choquezinho’ da porta de entrada. Em seguida chegou lá Ivonete, tb correndo, e depois Jefferson. Os dois sem nada mais. Todos correram (ahahaha). O negócio é que eles foram bem mais sensatos, já que entregaram tudo pra depois correr... Ivonete às vezes ria, mas de nervoso. Levaram tudo dela: documentos, cartões de banco, celular, carteira de motorista, chave de casa, etc. Jefferson chegou com um ar de desapontamento, olhando pro chão... Ele demonstrou sua tristeza e preocupação com a seguinte frase que se repetiu a noite inteira: “Levaram o meu livro do McLuhan e eles nem vão ler". Imagine a nossa cara pra ele, rs... Fizemos “um assalto delicado” na carteira de Olívia, que nos ajudou e ficou com apenas R$ 5,00 pra trabalhar no outro dia, e fomos embora num táxi pra delegacia...
Agora, na delegacia, é que rolou um negócio estranho ou no mínimo engraçado: liguei do meu celular pro celular de Ivonete, que estava com o bandido, e depois de algumas tentativas ele atendeu. Eu me passei por Ivonete e disse: "ô amigo, devolve pelo menos os documentos pq vou precisar viajar, por favor". Ele disse: "Os documentos"? Eu: “Sim”. Ele: "Tá bom, vou deixar nos correios". Eu: "Obrigado". Ele: "De nada"... Bandido educado?!
Depois que saímos da delegacia, onde foi tudo muito demorado, já que o policial fazia tudo numa máquina de escrever (mas fez questão de salientar que daqui uns dias o ambiente ia sofrer uma ‘modernização tecnológica’ - eu já ia me esquecendo disso, tudo a ver com as nossas aulas, rs), nós três enxergamos, nesta mesma rua da delegacia, uma porca preta imensa passeando. Ivonete disse: “Meu Deus, aquilo é uma porca?” Estranhamos aquilo... Jefferson disse que porcos passeando à noite pelas ruas de Niterói são comuns, rs. Veja que aí está uma forma de contraste da modernização com a antiguidade, ahahaha. Como Jefferson não parava de repetir “levaram o meu livro do McLuhan e eles nem vão ler", eu perguntei quanto foi o livro. Ele disse: “Ah! Comprei por R$ 15,00 no sebo.” Olhamos pra ele e ele disse: “mas, foi um achado”. Depois, já que roubaram até a chave da casa de Ivonete, ficamos correndo atrás de um chaveiro. E como demorou... Pra dar mais detalhes: enquanto todas as luzes das portas vizinhas estavam acesas, a luz da porta do ap de Ivonete havia queimado. E o chaveiro lá tentando abrir, iluminado com a luz do meu celular. Até usou um tipo de ‘furadeira’... Quando finalmente consegue, o alarme do carro do chaveiro dispara lá na rua e ele desce correndo... Ivonete sofre outro ‘assalto’ do chaveiro (bem carinho pra abrir uma porta) e ele segue embora ‘feliz’... Para completar estava acontecendo um incêndio na rua vizinha! Isso mesmo: um incêndio. Mas, só tivemos certeza disso depois (o que dava pra ver na hora era uma fumaça e ouvíamos um barulhão, sem saber ao certo o que era), quando só pela tarde Ivonete soube e confirmou... O final de tudo: Eu e Jefferson paramos por um instante numa banca de jornal e lá estava escrito: "Porco de policial mata homem". Juro que na mesma hora eu associei com aquela porca imensa da rua da delegacia, rs...

Bom, é isso! Se eu não esqueci de mais nada (hahaha).
O importante é que estamos todos bem agora. A história já virou ‘passado’, mas é claro que tiramos algumas lições disso e até já podemos rir da noite de 26 de junho. Nem sexta feira 13 era...
Abraços!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Fanfilms: Antes tarde do que nunca

Eu deveria ter feito isso faz tempo, mas só depois de todas as discussões em torno dos filtros necessários diante de tanta informação disponível e das vantagens de conhecermos os objetos dos nossos colegas que decidi dividir com vocês alguns dos fanfilms de que tanto falo. Espero que gostem e, principalmente, que se divirtam com eles.

http://www.youtube.com/v/gO6rqAJ3mGc

Esse filme aí em cima é considerado o primeiro fanfilm moderno. Produzido em 1997 pelo americano Kevin Rubio, Troops revolucionou a participação dos fãs no universo de Star Wars e uniu a dedicação e o amor de um fã a técnicas profissionais de filmagem.

Troops é uma sátira ao seriado norte-americano Cops, na qual integrantes do exército Imperial dos filmes de George Lucas aparecem em ação, como se fossem policiais comuns, usando as famosas armaduras brancas.

A iniciativa de Rubio abriu caminho para outros fãs começarem a fazer o mesmo, transportando para produções amadoras, idéias e ponderações sobre seus objetos de fascínio.

http://www.youtube.com/watch?v=YUmzR1J_C3s

Esse talvez seja um dos meus fanfilms preferidos. Grayson, de 2004, segue uma estratégia comum a muitos fanfilms, simulando um trailer de um filme que não existe e, provavelmente, não vai existir (reparem logo no início a cartela usada na veiculação de trailers). É a forma que o fã tem de mostrar o que ele gostaria de ver no cinema de uma forma completa, com início, meio, fim e a complexidade de um longa metragem. O diretor do filme, John Fiorella, faz também o papel de Dick Grayson, o Robin, que depois da morte do Batman decide voltar à ativa para livrar Gotham City do crime. Outro recurso comum aos fanfilms presente em Grayson é a participação de personagens de outras histórias, alguns, ainda, com mudanças de caráter.

http://www.youtube.com/watch?v=PIWskgVx_v0

Esse é um outro dos meus preferidos. Mais uma vez, personagens se misturam em nome de uma história surgir em uma conversa de bar, mas que os fãs decidem transformar em realidade. Além de ser muito bem feito, World's finest, feito também em 2004, por outro americano, Sandy Corolla, traz no final um texto que eu considero uma boa síntese do que é um fanfilm:

What you have just seen is an independent, non-profit, artistic expression created purely for fun. It is in no way connected to, or endorsed by Warner Brothers or DC Comics, nor is it intented to undermire or compete with any existing or forthcoming material

The images despicted are a tribute to the iconic characters that have thrilled and entertained generations, and is a deeply respectful tip of the hat to the creators of Superman and Batman, and to all those who have kept them alive…

It is a heartful homage to the legendary heroes who have encouraged us all to dream, to not fear the night, and to look up into the sky… It is in this spirit that the filmmakers wish you to enjoy this brief glimpse of The World’s Finest Superheroes

Thank you for watching

http://www.youtube.com/watch?v=yiSOKvhg2HE&

Esse é o trailer de um fanfilm brasileiro que existe e está disponível aqui. Como é grande (mais ou menos trinta minutos), não está disponível no YouTube. Exilado, de 2005, foi feito por um estudante de cinema paulista e conta com o até então amador Felipe Solari, hoje VJ da MTV, e Seu Jorge, que estava perto de uma das locações e aceitou fazer uma participação. O filme conta a história de um Jedi que veio parar na Terra, mora em São Paulo, e vive de bicos e pequenos furtos. A idéia do filme surgiu da vontade que o diretor, roteirista, produtor, editor e finalizador (porque fã que é fã joga nas onze) Felipe Cagno tinha de filmar uma luta com sabres de luz, depois que viu que poderia facilmente reproduzir os efeitos usados nos filmes originais.

O primeiro fanfilm brasileiro que se tem notícia não está disponível na internet, mas pode ser alugado na Cavídeo. Casa dos Jedi, feito por um designer carioca, parte da idéia de como seria se pergonagens de Star Wars participassem de um programa como Casa dos Artistas. Assumidamente tosco e feito para servir como vídeo de abertura da edição da Jedicon, conferência anual de fãs de Star Wars, organizada pelo Conselho Jedi do Rio de Janeiro, o filme mistura personagens de diferentes filmes da série em um tempo comum, como se todos fossem contemporâneos. Os personagens são apresentados como se tivessem uma vida fora da saga, com personalidades e características que seguem, de certa forma, seu comportamento nos filmes oficiais, porém mais humanos e ordinários.

http://www.youtube.com/watch?v=02suPbe2oPs

Heroes Brazil, feito este ano por dois paulistanos foi um teste. Querendo usar novos recursos de programas de edição, os dois estudantes decidiram fazer o trailer de uma série em que pessoas com poderes semelhantes aos de personagens da série de TV Heroes são encontrados no Brasil, apontando para as possíveis conseqüências disso para a trama da série original. Além de usar um objeto atual, acho que Heroes Brazil caracterizar estratégias dos nossos fãs em divulgar seus trabalhos para fãs de outros paises. E o principal, do jeitinho brasileiro.

Web 2.0 para iniciantes e veteranos

Mais um vídeo. Dessa vez super bacana, sobre Web 2.0.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Videogames




Acima, uma edição de imagens de jogos de ontem e hoje e da evolução dos games, já que o curso termina com discussões sobre o assunto.

Boas "férias" pra todos!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Lembrando a aula passada (12/06)...

Pessoal,
Não sei se já conhecem ou até se já tem aqui (acho que não, pelo que olhei, rs), mas achei interessante postar aqui o endereço do blog do Alex Primo, já que falamos sobre um texto dele na aula passada. Nesse endereço ele posta bastante conteúdo sobre a cibercultura e temas relacionados, mas dá notícias diversas tb. Achei legal! Lá vai então:
http://alexprimo.com/


Espero que gostem tb! Vale a pena dar uma olhada!
Bjos pra todos e até quinta!

domingo, 15 de junho de 2008

Lado B da disciplina

Pra descontrair: Narcisa Tamborindeguy é entrevistada por Amaury Jr. e faz vários pedidos para 2008. Ela cansou de ser "pobre", hehe. Divirtam-se!
http://www.youtube.com/watch?v=12tR86hAeYo

sábado, 14 de junho de 2008

textos para próxima aula

Oi gente,

Seguem os links - Vinicius sugeriu três textos dele e eu vou deixar o meu (sobre games) para a aula seguinte.

Os que ficam então para quinta são:

- "G.A.M.E.S.2.0"
http://www.compos.org.br/data/biblioteca_294.pdf

- "Embodiment, afetividade e sensorialidade"
http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/fronteiras/article/view/3141/2951

- " A vida dos objetos"
http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/contemporanea/article/view/65/45





Essa é pra quem gosta de rádio!!!

Essa é pra quem gosta de rádio!!! (lembrei-me especialmente da pesquisa da Michele).

O acervo da Rádio Nacional vai estar disponível em breve para consulta na Internet. Serão disponibilizados arquivos com programas das décadas de 30, 40 e 50. O arquivo digital inclui radionovelas e o Repórter Esso. O material vai ficar disponível para pesquisas através de uma rede virtual que está sendo criada.

Bom para a memória do país!!
Ótimo para nós, pesquisadores!!!!

* A informação foi divulgada pelo site Wnews.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Por falar em vídeos mais assistidos...

Quando li o texto da Paula Sibília, enquanto pensava nas celebridades sem obra, lembrei na hora da Magibon.

Usando o login MRirian, a japonesa de 21 anos coloca no You Tube vídeos dela fazendo... nada. E, acredite ou não, isso rendeu a ela o lugar de celebridade no Japão.

Ela diz que o primeiro vídeo foi um teste, mas a recepção foi muito boa e ela decidiu repetir a dose. Daí pra frente ela falou, cantou, piscou os olhos outras muitas vezes e chamou ainda mais atenção de várias pessoas de todo o mundo.

Há quem diga que o fato desses vídeos estarem entre os mais acessados do site e o sucesso entre os japoneses se dá por causa dos olhos grandes. Outros acreditam que o jeitinho de menina conquista um grande número de tarados que navegam pela internet. Eu acho que a curiosidade e a divulgação influenciada pelo insólito são responsáveis pelo sucesso.

Isso sem falar nas pessoas que acharam a idéia interessante e decidiram criar seus próprios vídeos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O Globo: A volta do Vinil na era do MP3




Oi, povo! O Globo on publicou hoje uma materinha falando do crescimento da venda de LPs e toca-discos. A reportagem é um pouco chupada da Rolling Stone americana, mas tá valendo!


Bom, é isso!

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/06/06/a_volta_do_vinil_na_era_do_mp3_venda_de_lps_toca-discos_crescem-546686630.asp
Beijos e até quinta! ;)




sábado, 7 de junho de 2008

Cinema, comida, sexo e Bourdieu


O conceito de distinção de Bourdieu é daqueles que nos assombram todos os dias e acabam aparecendo em tudo, a todo o tempo. Como estava focado nos textos da última aula, acho que a coisa piorou.

Nesse meio tempo, fui ao cinema ver Estômago e foi impossível não tentar analisar o filme a partir desse ponto de vista.

Na história de Nonato, que chega a São Paulo sem dinheiro ou lugar para ficar e, por necessidade, começa a cozinhar em um botequim é marcada o tempo todo pelo gosto e disputas simbólicas por distinção. Isso tudo com um jogo que o tempo todo mistura o prazer da comida ao sexo.

Nonato não tinha experiência na cozinha, mas é convidado pelo dono de um restaurante italiano que percebe algum talento nele para deixar o bar e trabalhar em sua cantina.

Por um motivo que não devo revelar em respeito aos que não assistiram ao filme, Nonato vai parar na cadeia. É interessante observar como ele pensa em que nome deve adotar para impressionar e assustar os outros detentos, mas que seu jeito na cozinha acaba lhe rendendo o apelido de Alecrim.

A partir daí, começa a jornada para ser mais respeitado dentro da cadeia. Ele percebe que aquele conhecimento lhe confere privilégios e usa o que sabe de culinária, mesmo que com uma série de informações trocadas e decisões equivocadas - como oferecer aos detentos um vinho com aroma de cachorro molhado em vez de cerveja - para ganhar respeito e espaço.

A montagem do filme possibilita uma comparação com a forma como tudo se inverte quando Nonato está na cozinha do restaurante, aprendendo a preparar pratos simples e a apreciar ingredientes que antes desconhecia. O gosto adquirido no restaurante o diferencia dos detentos, mas ele não percebe de cara que nem tudo vai ser apreciado da mesma forma por todas as pessoas e que um gorgonzola, delicioso para alguns, fede demais para outros.

A relação entre gosto, comida, nível intelectual e sexo feita em estômago lembra muito o filme O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante. Centrada quase que completamente em um restaurante, a trama se desenvolve em torno dos personagens do título. Um sujeito ignorante, porém rico, mantém financeiramente um estabelecimento luxuoso e acredita que isso faz dele um sujeito refinado.

Sua mulher, que nitidamente não tem muito a ver com ele, sabe apreciar os pratos preparados pelo cozinheiro especialmente para ela e acaba se interessando por um homem solitário que todas as noites come acompanhado de livros, com quem mais tarde tem um caso.

Dirigido por Peter Greenaway, que vem das artes plásticas, com figurinos de Jean Paul Gautier e uma direção de arte muito impressionante, o filme enche também os olhos.

Se os filmes são bons, pode ser uma questão de gosto, mas a presença das idéias de Bourdieu não se discute.