segunda-feira, 12 de novembro de 2012
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Resumo do artigo
O trabalho tem a intenção de investigar as mudanças nos processos de escuta musical desde mídias como a gravação magnética analógica e sua reprodução em fitas cassete e discos de vinil e as mídias surgidas a partir do processo de digitalização da música e sua reprodução em mídias que, aparentemente, apresentam uma maior transparência na reprodução.
Entendo essa “transparência” como uma tentativa de esconder as materialidades das mídias, nessa relação entre equipamentos e usuários.
Como referencial teórico pretendo usar o livro de Michel Chion, “Músicas, Media e Tecnologias”, para uma análise dessas mudanças tecnológicas. Também utilizarei dois livros de Jay Bolter (um em co-autoria com Richard Grusin e outro com Diane Gromala) “Remediation” e “Windows and Mirrors”, onde ele trata das reapropriações de antigas mídias por novas e pensa o conceito de transparência da interface de mídias eletrônicas.
Para pensar a noção de materialidade e trabalhar com uma arqueologia das mídias, pretendo usar autores como Siegfried Zielinski (“Deep Time of the Media”), Friedrich Kittler (“Gramophone, Film, Typewriter”) e Lisa Gitelman (“Scripts, Grooves, and Writting Machines”).
Beijos a todos. Quando será a proxima cerveja?
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Resumos! Resumos!
conforme a Simone havia solicitado, posto a seguir três resumos referentes a eventos do segundo semestre. O primeiro foi submetido ao I Colóquio Binacional Brasil-Portugal, que rola em Natal nos dias 2 e 3 de setembro, antes do Intercom. O segundo eu enviei para o Núcleo de Pesquisa Comunicação e Culturas Urbanas do Intercom, coordenado pela Silvia Borelli - os dois foram aprovados (êêê!). Já o terceiro eu submeti ao GT 04 - Experiências urbanas, comunicação e sociabilidade do III Coneco (em novembro, sediado na UERJ), cuja avaliação ainda não está disponível. É um resumo expandido, peço a todos uma boa dose de paciência. Como vocês já devem ter percebido, meu escopo temático é bastante limitado...
Podem descer a lenha e comentar à vontade [risos].
Abs a todos
Tiago M.
1. Cartografias do imaginário navegante: reflexões sobre a identidade narrativa diaspórica, o “senso comum mítico” e nosso (des)conhecimento da cultura portuguesa contemporânea
Este paper tem por objetivo mapear os elementos constituintes de um “senso comum mítico” sobre Portugal nas representações da cultura lusa que circulam de forma hegemônica no Brasil. Identifico as evidências da nossa concepção monolítica sobre a cultura portuguesa na recorrência sistemática a determinados temas que se fazem presentes em boa parte das representações consagradas entre nós (como o apelo à tradição, o retorno nostálgico ao passado e a eterna melancolia). Em um segundo momento, problematizo esta concepção ao conceber tais “verdades sobre o caráter nacional português” como discursos socialmente construídos ao longo do tempo, relacionados, em alguma medida às questões de identidade e representação envolvendo a experiência migrante durante os anos do Salazarismo (1933-1974).
2. Muito além da ‘Casa Portuguesa’: uma análise dos intercâmbios musicais populares massivos entre Brasil e Portugal
Este trabalho mapeia e discute os ruídos, os silêncios e as assimetrias que pontuam os intercâmbios musicais populares massivos entre Brasil e Portugal. Ao mesmo tempo em que a nossa percepção sobre a cultura portuguesa contemporânea parece mediada por um “senso comum mítico” profundamente influenciado pelo discurso da tradição, Portugal vem se revelando um receptor entusiasmado da nossa “moderna” cultura da mídia. Tais desequilíbrios se refletem no enorme sucesso de artistas e bandas brasileiras em Portugal, cujo contraponto é o total desconhecimento da produção musical portuguesa contemporânea, sobretudo na seara do pop/rock. Este paper se propõe a questionar a natureza socialmente construída de tais discursos, e assim contribuir para a elucidação de alguns aspectos da dinâmica local-global no âmbito da indústria do entretenimento, relacionados às práticas de consumo musical juvenil e urbano.
3. Quanto vale o fado? Capital cultural, distinção social, legitimação simbólica: proposta teórico-metodológica para a análise do consumo de música portuguesa no Brasil
Introdução
Esta comunicação tem por objetivo investigar em que medida o conceito de capital simbólico, desenvolvido por Pierre Bourdieu em alguns de seus trabalhos mais expressivos (1983; 1986; 1989), pode se revelar uma pertinente ferramenta teórico-metodológica para a compreensão das relações de consumo assimétricas que se estabelecem entre diferentes imaginários culturais (e, sobretudo, musicais).
Como ponto de partida da minha investigação, incorporo o horizonte teórico composto pelos conceitos de Capital Simbólico, Cultural e Social formulados por Pierre Bourdieu, e relacionados às práticas e aos discursos de legitimação e distinção dentro de um determinado campo cultural, na análise dos intercâmbios musicais populares massivos que se estabelecem, hoje, entre Portugal e Brasil. O fato de conhecermos muito pouco (ou quase nada) do que tem sido feito Além-Mar, no âmbito dos gêneros vinculados ao universo do pop/rock ou da música eletrônica (num contexto em que a música brasileira ocupa um lugar quase hegemônico em termos de penetração e popularidade), me parece revelar a existência de uma assimetria no modo como os respectivos imaginários simbólicos e culturais são percebidos, consumidos e reproduzidos em ambos os países (Monteiro, 2007).
Metodologia
Em um segundo momento, desdobro esta idéia de assimetria a partir de duas chaves de leitura que, dialogando com os conceitos de Bourdieu, nos ajudariam a compreender tal desconhecimento, nos termos do valor simbólico que esta produção musical portuguesa possuiria entre nós: o papel da crítica musical (no sentido de legitimar alguns imaginários culturais em detrimento de outros) e dos discursos essencialistas-estereotipizantes (funcionando como esferas de mediação que “contaminam” nossa percepção dos bens culturais); e a noção de gênero musical enquanto orientação mercadológica (fornecendo o substrato teórico para uma reflexão sobre a categoria de world music, onde costumam ser alocados os eventuais artistas portugueses lançados comercialmente no Brasil). Por fim, localizo no escasso valor simbólico, em termos de capital social, que o consumo de música portuguesa (seja ela “tradicional” ou “moderna”) é capaz de denotar, uma das possíveis explicações para a pouca expressividade dos gêneros populares massivos portugueses junto ao público consumidor (sobretudo jovem e universitário) brasileiro.
Resultados e discussão
Ao adotar esta perspectiva, em primeiro lugar, autorizo-me a deslocar as discussões sobre gosto e sobre consumo cultural de uma esfera psicológica e individual para uma dimensão social e relacional. Em outras palavras, longe de corresponder à disposição estética para o belo sinalizada por Kant (que parece emanar naturalmente da subjetividade do indivíduo), proponho que as preferências culturais sejam inscritas no contexto de uma construção de sentido e de valor que é socialmente codificada, a partir dos fluxos de capital simbólico traduzidos em determinados discursos e práticas.
Em um segundo momento, a reflexão originalmente formulada por Bourdieu nos permite problematizar certas posturas eufóricas e populistas que concebem as comunidades de gosto como espaços harmônicos, pautados por relações consensuais que seriam, em alguma medida, unificadas pura e simplesmente pela existência de um repertório comum, ou mesmo pelo desejo de “estar junto” (Hetherington, 1998; Maffesoli, 1987). Ao contrário, pensar os repertórios simbólicos e culturais em termos de capital nos introduz uma nova dimensão: aquela que nos remete à idéia de acumulação, com vistas à determinada finalidade, qual seja, a de afirmar a ocupação de um “lugar social” de onde posso me diferenciar dos demais, em virtude do maior ou menor capital cultural e simbólico que possuo (ou demonstro possuir).
Conclusões.
Decerto há muitas questões envolvendo o nosso desconhecimento da música portuguesa, para além daquelas relacionadas ao valor que ela possui no mercado global das trocas simbólicas, embora tais discursos, em alguma medida, contribuam para estes processos de atribuição de valor. À guisa de conclusão, questiono a quem seria interessante o (re)estabelecimento dos fluxos e intercâmbios simbólicos e musicais entre Portugal e Brasil, numa via de mão dupla, e não em sua atual configuração que, além de assimétrica, é pontuada por ruídos de toda a espécie.
O consumo de bens culturais não pode ser dissociado do valor simbólico que eles contêm, capaz de ser convertido em capital social ou cultural. Antes de defender acriticamente uma maior presença da música popular massiva portuguesa contemporânea no Brasil, portanto, é preciso mapear os eventuais ganhos simbólicos, em termos de legitimação e distinção, que ambas as partes podem extrair desse consumo.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Cadê o passarinho?
Bom, vou inaugurar as postagens de resumo mandando o meu, certo?
Quero depois mandar o mesmo artigo para o coneco (pode, ne?) entao eu ia amar ter comentarios sobre o resumo. Ta meio grandinho, ta?
Ah! Acabei me deixando influenciar pela onda ambientalista que gira em torno de mim, morando na Ilha Grande, para dar titulo ao trabalho :)
Beijinhos.
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Cadê o passarinho? Ameaça de extinção da pose na imagem de família.
Ligia Diogo
Resumo:
Ameaça de extinção é um tema sério e recorrente em tempos de consciência ambiental, mas também em outras áreas do conhecimento, não diretamente ligadas às ciências naturais, é uma prática comum anunciar o fim de algo.
Se muitos de nós, principalmente quando crianças, já se perguntaram o significado das expressões “Olha o passarinho!”, “Digam X!” e “Whisky!”, ditos para anunciar o click da máquina fotográfica ou o rec da filmadora, não era segredo para ninguém o porquê do uso das mesmas. Tais expressões pareciam indissociáveis do ato de ser fotografado ou filmado, pois serviam como dispositivos que nos avisavam que era hora de fazer pose, olhar para a câmera sorrindo, parar de falar para não sair na imagem de boca aberta, hora de fazer careta, colocando o máximo da língua para fora e arregalando bem os olhos, dependendo da faixa etária da pessoa na mira da câmera.
Fazer pose para ser captado pelo olho da câmera fez parte do ritual de ser fotografado desde o surgimento da fotografia. No início, entretanto, não bastava sorrir para receber o flash, era preciso inclusive fazer uso de colunas de gesso para suportar ficar imóvel pelo longo tempo necessário para que a imagem fosse registrada na chapa metálica. Alem disso, para a pose havia um código a ser seguido para que o resultado ficasse o melhor possível: as fotografias eram feitas por profissionais, as pessoas vestiam suas melhores roupas, as mulheres se maquiavam, a posição do corpo era imponente e o rosto mantinha uma expressão séria (por ser difícil sorrir por tanto tempo e também por não ser de bom tom, naquela época, ser imortalizado sorrindo).
De 1840 até os dias de hoje, a forma como as pessoas se portam para os diferentes tipos de câmeras vem mudando continuamente. Para entender essa transformação, partiremos numa busca pelo “passarinho” que tentávamos enxergar lá no buraquinho da câmera, ao nos preparar para o instante da foto ou para o início da filmagem, que nos anunciava o momento da pose e que talvez esteja ameaçado de ser extinto.
Tendo como foco de interesse as imagens de família e partindo de uma abordagem genealógica, na qual o homem e suas práticas sociais são tidos como históricos, pretendemos investigar a forma como as pessoas são registradas nos diferentes suportes, da fotografia analógica ao vídeo digital.
Iniciaremos nossa trajetória na primeira metade do século XIX, pois acreditamos que o início da produção de imagens de família se deu nesse período e listaremos, de forma breve, três motivos interconectados para esse recorte.
Primeiramente, foi nesse período em que a fotografia surgiu e esta possibilitou uma inédita popularização do acesso à imagem, e da produção de imagens de si e de pessoas próximas. Até então, um retrato pintado, ou mesmo desenhado, era caro e acessível apenas à nobreza e aos mais ricos burgueses (Barthes, 1984). Também é importante ressaltar que a imagem fotográfica, ao surgir, rompeu com toda uma tradição de representações, determinando uma relação totalmente nova entre a imagem e o ser representado.
Em segundo lugar, vale destacar que o mesmo período é marcado por uma determinada dinâmica social na qual dois espaços vão se tornando cada vez mais diferenciados e separados: o espaço público e o espaço privado. Surgia a idéia de que o homem é verdadeiro apenas em sua intimidade, dentro de casa e com a família. O espaço privado seria valorizado e o homem moderno teria na família e na construção, manutenção e valoração de sua intimidade uma característica forte e determinante.
Como último fator, apontamos o fato de que nessa época se acentua um processo de dessacralização das imagens e da obra de arte, com o declínio do valor religioso e de culto que possuíam. A fotografia e o cinema teriam sido cruciais nesse processo. Porem, um tipo de fotografia específico, sobre o qual Walter Benjamim escreveu, as fotografias de rostos (Benjamin, 1985), manteve-se possuidor de um certo valor de culto. Ou seja, as imagens não teriam perdido completamente a magia, pois as fotografias de nós mesmos e de entes queridos passariam a apresentar, como característica intrínseca, algo para além de si, algo como um “espírito”.
Interessam-nos todas as imagens de família produzidas desde então. Durante cerca de um século e meio, apesar do barateamento dos meios de produção e do aumento significativo da quantidade de fotos e registros em Super-8 ou em vídeo, as famílias continuaram cultivando certo fascínio pelas imagens de si. Tais registros eram guardados com muito cuidado em álbuns, caixas ou baús, sendo remexidos com freqüência para que as pessoas e os momentos do passado fossem relembrados.
A nossa busca se encerraria nos dias de hoje, considerando as fotografias digitais e a postagem de vídeos de família no youtube. Distinguiremos, então, a imagem fixa da imagem em movimento e, em seguida, destacaremos cronologicamente sete momentos da imagem de família nesse percurso histórico. Diversos fatores serão considerados como índices para detectar as mudanças aqui sugeridas; tais como, a preocupação com a expressão do rosto, com a postura, com as roupas, com a maquiagem, o preço das câmeras e outros equipamentos, o grau de profissionalismo de quem os manipula, o evento familiar ou social tema da imagem, o lugar onde esta imagem foi feita, etc.
O objetivo central do presente trabalho será relacionar o desenvolvimento das tecnologias de captura, armazenamento e exibição de imagem e som à forma como as pessoas posam ou aparecem nos registros de família. Mas queremos também associar a pose, ou o fim da mesma, a mudanças mais profundas ligadas à importância da imagem no seio da família, aos conceitos de intimidade, memória e exposição e ao papel da própria família na dinâmica social.
Seguiremos a pista de que quando a imagem de família ganha, por exemplo, movimento e som, a pose como conhecíamos passa a ter dificuldade de se manter. O “passarinho” voa livre para o horizonte, desviando o olhar e a atenção daquele que está sendo imortalizado pela imagem. Mas o vôo daquele não determinaria a liberdade do alvo da imagem, pois outros dispositivos teriam surgido e a imagem de família continuaria obedecendo a um código social.
Sugerimos que em oposição a idéia de extinção, surgem possíveis reformulações, novas configurações, antes impossíveis ou inimagináveis, que explicariam a pose na nova imagem de família. Assim, a tecnologia e novas formas de ser provocariam transformações na pose. Tal forma de entendimento de um fenômeno, talvez mais complexa que a ameaça de extinção, por coincidência também se faz presente nos estudos ambientais contemporâneos (assim como na literatura de ficção cientifica) sendo chamada mutação.
sábado, 28 de junho de 2008
Rende um filme (rs)?
Durante a confraternização, feita logo depois de nossa última aula, nós estávamos comentando sobre assaltos que vêm acontecendo no Ingá. Alguns ainda disseram que preferem não andar mais com documentos, essas coisas. Pois, então, depois que a maioria foi embora, ficaram lá eu, Ivonete, Olívia e Jefferson. Comemos uma porção e resolvemos embora pelas 22h 45. Paramos em frente à casa de Olívia, naquela rua do restaurante, ao lado da entrada do prédio onde temos aula, conversamos por alguns instantes, ela entrou em casa e nós três seguimos. Um cara saiu de um carro parado na esquina e disse: “Assalto, entrega tudo!” (não lembro direito). Mas mirou a arma pra mim. Fiquei paralisada, em choque. Não lembro de detalhes dessa hora. Não lembro pra onde exatamente Jefferson e Ivonete foram. Só sei q eles já ñ estavam tão perto de mim. Tinham mais duas pessoas no carro com esse bandido (de acordo com Jefferson). Daí o cara com a arma disse pra mim: "Não corre!". Aquilo parece que foi um "estalo" em que acordei e fiz exatamente o contrário do comando dele: corri com minha bolsa em direção a casa de Olívia (nessas horas a gente ñ pensa muito). Ivonete e Jefferson deviam estar entregando as coisas nesse momento... Teve um instante em que, correndo, olhei pra trás e o cara estava no meio da rua com a arma mirada na minha direção e aí eu pensei: “agora já era (já morri) só que não vou olhar”. E continuei até que entrei no prédio de Olívia, depois que fiquei gritando pro porteiro abrir e ele acionou o ‘choquezinho’ da porta de entrada. Em seguida chegou lá Ivonete, tb correndo, e depois Jefferson. Os dois sem nada mais. Todos correram (ahahaha). O negócio é que eles foram bem mais sensatos, já que entregaram tudo pra depois correr... Ivonete às vezes ria, mas de nervoso. Levaram tudo dela: documentos, cartões de banco, celular, carteira de motorista, chave de casa, etc. Jefferson chegou com um ar de desapontamento, olhando pro chão... Ele demonstrou sua tristeza e preocupação com a seguinte frase que se repetiu a noite inteira: “Levaram o meu livro do McLuhan e eles nem vão ler". Imagine a nossa cara pra ele, rs... Fizemos “um assalto delicado” na carteira de Olívia, que nos ajudou e ficou com apenas R$ 5,00 pra trabalhar no outro dia, e fomos embora num táxi pra delegacia...
Agora, na delegacia, é que rolou um negócio estranho ou no mínimo engraçado: liguei do meu celular pro celular de Ivonete, que estava com o bandido, e depois de algumas tentativas ele atendeu. Eu me passei por Ivonete e disse: "ô amigo, devolve pelo menos os documentos pq vou precisar viajar, por favor". Ele disse: "Os documentos"? Eu: “Sim”. Ele: "Tá bom, vou deixar nos correios". Eu: "Obrigado". Ele: "De nada"... Bandido educado?!
Depois que saímos da delegacia, onde foi tudo muito demorado, já que o policial fazia tudo numa máquina de escrever (mas fez questão de salientar que daqui uns dias o ambiente ia sofrer uma ‘modernização tecnológica’ - eu já ia me esquecendo disso, tudo a ver com as nossas aulas, rs), nós três enxergamos, nesta mesma rua da delegacia, uma porca preta imensa passeando. Ivonete disse: “Meu Deus, aquilo é uma porca?” Estranhamos aquilo... Jefferson disse que porcos passeando à noite pelas ruas de Niterói são comuns, rs. Veja que aí está uma forma de contraste da modernização com a antiguidade, ahahaha. Como Jefferson não parava de repetir “levaram o meu livro do McLuhan e eles nem vão ler", eu perguntei quanto foi o livro. Ele disse: “Ah! Comprei por R$ 15,00 no sebo.” Olhamos pra ele e ele disse: “mas, foi um achado”. Depois, já que roubaram até a chave da casa de Ivonete, ficamos correndo atrás de um chaveiro. E como demorou... Pra dar mais detalhes: enquanto todas as luzes das portas vizinhas estavam acesas, a luz da porta do ap de Ivonete havia queimado. E o chaveiro lá tentando abrir, iluminado com a luz do meu celular. Até usou um tipo de ‘furadeira’... Quando finalmente consegue, o alarme do carro do chaveiro dispara lá na rua e ele desce correndo... Ivonete sofre outro ‘assalto’ do chaveiro (bem carinho pra abrir uma porta) e ele segue embora ‘feliz’... Para completar estava acontecendo um incêndio na rua vizinha! Isso mesmo: um incêndio. Mas, só tivemos certeza disso depois (o que dava pra ver na hora era uma fumaça e ouvíamos um barulhão, sem saber ao certo o que era), quando só pela tarde Ivonete soube e confirmou... O final de tudo: Eu e Jefferson paramos por um instante numa banca de jornal e lá estava escrito: "Porco de policial mata homem". Juro que na mesma hora eu associei com aquela porca imensa da rua da delegacia, rs...
Bom, é isso! Se eu não esqueci de mais nada (hahaha).
O importante é que estamos todos bem agora. A história já virou ‘passado’, mas é claro que tiramos algumas lições disso e até já podemos rir da noite de 26 de junho. Nem sexta feira 13 era...
Abraços!
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Fanfilms: Antes tarde do que nunca
http://www.youtube.com/v/gO6rqAJ3mGc
Esse filme aí em cima é considerado o primeiro fanfilm moderno. Produzido em 1997 pelo americano Kevin Rubio, Troops revolucionou a participação dos fãs no universo de Star Wars e uniu a dedicação e o amor de um fã a técnicas profissionais de filmagem.
Troops é uma sátira ao seriado norte-americano Cops, na qual integrantes do exército Imperial dos filmes de George Lucas aparecem em ação, como se fossem policiais comuns, usando as famosas armaduras brancas.
A iniciativa de Rubio abriu caminho para outros fãs começarem a fazer o mesmo, transportando para produções amadoras, idéias e ponderações sobre seus objetos de fascínio.
http://www.youtube.com/watch?v=YUmzR1J_C3s
Esse talvez seja um dos meus fanfilms preferidos. Grayson, de 2004, segue uma estratégia comum a muitos fanfilms, simulando um trailer de um filme que não existe e, provavelmente, não vai existir (reparem logo no início a cartela usada na veiculação de trailers). É a forma que o fã tem de mostrar o que ele gostaria de ver no cinema de uma forma completa, com início, meio, fim e a complexidade de um longa metragem. O diretor do filme, John Fiorella, faz também o papel de Dick Grayson, o Robin, que depois da morte do Batman decide voltar à ativa para livrar Gotham City do crime. Outro recurso comum aos fanfilms presente em Grayson é a participação de personagens de outras histórias, alguns, ainda, com mudanças de caráter.
http://www.youtube.com/watch?v=PIWskgVx_v0
Esse é um outro dos meus preferidos. Mais uma vez, personagens se misturam em nome de uma história surgir em uma conversa de bar, mas que os fãs decidem transformar em realidade. Além de ser muito bem feito, World's finest, feito também em 2004, por outro americano, Sandy Corolla, traz no final um texto que eu considero uma boa síntese do que é um fanfilm:
What you have just seen is an independent, non-profit, artistic expression created purely for fun. It is in no way connected to, or endorsed by Warner Brothers or DC Comics, nor is it intented to undermire or compete with any existing or forthcoming material
The images despicted are a tribute to the iconic characters that have thrilled and entertained generations, and is a deeply respectful tip of the hat to the creators of Superman and Batman, and to all those who have kept them alive…
It is a heartful homage to the legendary heroes who have encouraged us all to dream, to not fear the night, and to look up into the sky… It is in this spirit that the filmmakers wish you to enjoy this brief glimpse of The World’s Finest Superheroes
Thank you for watching
http://www.youtube.com/watch?v=yiSOKvhg2HE&
Esse é o trailer de um fanfilm brasileiro que existe e está disponível aqui. Como é grande (mais ou menos trinta minutos), não está disponível no YouTube. Exilado, de 2005, foi feito por um estudante de cinema paulista e conta com o até então amador Felipe Solari, hoje VJ da MTV, e Seu Jorge, que estava perto de uma das locações e aceitou fazer uma participação. O filme conta a história de um Jedi que veio parar na Terra, mora em São Paulo, e vive de bicos e pequenos furtos. A idéia do filme surgiu da vontade que o diretor, roteirista, produtor, editor e finalizador (porque fã que é fã joga nas onze) Felipe Cagno tinha de filmar uma luta com sabres de luz, depois que viu que poderia facilmente reproduzir os efeitos usados nos filmes originais.
O primeiro fanfilm brasileiro que se tem notícia não está disponível na internet, mas pode ser alugado na Cavídeo. Casa dos Jedi, feito por um designer carioca, parte da idéia de como seria se pergonagens de Star Wars participassem de um programa como Casa dos Artistas. Assumidamente tosco e feito para servir como vídeo de abertura da edição da Jedicon, conferência anual de fãs de Star Wars, organizada pelo Conselho Jedi do Rio de Janeiro, o filme mistura personagens de diferentes filmes da série em um tempo comum, como se todos fossem contemporâneos. Os personagens são apresentados como se tivessem uma vida fora da saga, com personalidades e características que seguem, de certa forma, seu comportamento nos filmes oficiais, porém mais humanos e ordinários.
http://www.youtube.com/watch?v=02suPbe2oPs
Heroes Brazil, feito este ano por dois paulistanos foi um teste. Querendo usar novos recursos de programas de edição, os dois estudantes decidiram fazer o trailer de uma série em que pessoas com poderes semelhantes aos de personagens da série de TV Heroes são encontrados no Brasil, apontando para as possíveis conseqüências disso para a trama da série original. Além de usar um objeto atual, acho que Heroes Brazil caracterizar estratégias dos nossos fãs em divulgar seus trabalhos para fãs de outros paises. E o principal, do jeitinho brasileiro.